Quem tem crianças pequenas sabe como é difícil lidar quando elas não querem fazer algo.
Por outro lado, basta alguma coisa ser lúdica para que todas as crianças se interessem. Por exemplo, em alguns lugares há carrinhos de supermercado que imitam um carro, com volante e tudo. É 100% de certeza que a minha filha quer andar num desses, quando vê. E normalmente é muito concorrido, porque um monte de crianças também quer andar num simples carrinho de mercado lúdico.
Doug Dietz era designer de produtos da General Eletric.
Ele tinha orgulho das máquinas de ressonância magnética que ele tinha projetado, eram as mais avançadas do mundo. Mas, acompanhando alguns procedimentos reais, ele notou que as crianças ficavam aterrorizadas com o equipamento. Era um túnel frio, sombrio, estranho. 80% das crianças tinham que ser sedadas para fazer os exames.
Doug resolveu testar outra solução. Procurou pessoas da área educacional, e transformou a máquina de ressonância magnética em uma aventura na ilha pirata, conforme as fotos acima.
Funcionou. A taxa de crianças sedadas passou a ser de 10%. Algumas até achavam a aventura divertida, e queriam voltar outro dia.
Este é o valor de entender o cliente.
Há outro princípio do Design Thinking envolvido aqui, o de Empatia. Isto significa ir à campo, ver como as pessoas interagem com o seu trabalho e se colocar no lugar delas, ao invés de simplesmente entregar um trabalho. Pode até parecer algo óbvio, mas na prática as pessoas não fazem – e por isso, há tantos produtos e serviços mal projetados neste mundo.
A história da ressonância divertida foi contada no livro “Creative Confidence”, de Tom e David Kelley.
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