Um jovem chamado Takeru Kobayashi ouviu falar de um concurso que premiava quem comia mais cachorros quentes, no Japão, em 2001. Era um jovem comum, como qualquer outro.
Ele ganhou o concurso e vários outros concursos subsequentes, revolucionando os concursos deste tipo. Na verdade, ele quebrou o e recorde mundial de cachorro quente. E quebrou por muito, dobrou a quantidade comida através de sua técnica.
Qual a melhor técnica para se comer o maior número de cachorros quente no menor tempo possível? Sair comendo tudo e tomando água para ajudar a engolir? Esta era a técnica de todos os participantes.
Kobi fez algo diferente. Estudou diversas alternativas ao modo comum de se comer. Pode-se dizer que fez uma análise Taylorista de um processo produtivo, que no caso era o de consumir cachorro quente.
O normal é colocar o cachorro quente na boca, morder um pedaço e mastigar. Enquanto isso, o resto do corpo espera. Mas por que não fazer diferente? Numa competição, cada segundo conta, e o músculo da boca é o que mais trabalha. Ele percebeu que, se as mãos puderem ir quebrando, despedaçando o pão e a salsicha, ele ganharia em dobro: menos trabalho para a boca, e ganho de tempo ao fazer um trabalho em paralelo.
Ele também separou a salsicha do pão. A natureza da salsicha é de um tipo, compacta, lisa. O do pão, é outra, fofa, macia. E todos gastam muita saliva para consumir o pão, o que obriga o sujeito a tomar água. A água ocupa espaço no estômago. Então, ele cortava o pão em pedaços, molhava na água, comprimia para compactar e expulsar a água, e só então comia. Fazia grande parte do trabalho da boca com as mãos.
Além disso, ele testou inúmeras outras técnicas e variantes. Seria melhor comer com condimento ou não? Colocar água na boca antes do alimento? Comer muito rápido no começo ou ir em ritmo constante? Ele testou inúmeros métodos e metodicamente anotou tudo numa planilha.
E foi assim, com análise e aprimoramento do processo, que ele quebrou os recordes. Não foi com motivação, ou força bruta, ou bravatas.
A moral da história é que a imaginação pode ser utilizada para melhorar processos produtivos. Há perguntas que podem guiar esta melhoria: há processos que podem ser feitos em paralelo? É possível pré processar parte do trabalho? Juntar processos ajuda? E separar? O trabalho deve mesmo ser feito? Há nova técnica ou tecnologia que valha o investimento? Para que estou fazendo isto? É possível categorizar? As definições estão corretas?
Além disso, é importante registrar os métodos para posterior comparação.
Esta história interessante foi narrada no livro “Think like a Freak”.
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