Os três cérebros
Existe um modelo neurológico simples e extremamente útil: a dos três cérebros.
Todos temos um cérebro lagarto, um cérebro macaco, e um cérebro humano.
Seria um aspecto da evolução.

O “eu lagarto” está preocupado com segurança, necessidades básicas como respirar, comer, se reproduzir. Também é aí a decisão confronto ou fuga. Ocupa o centro do cérebro.
O “eu macaco” seria aquele com necessidades de socialização, comunidade, família. Ocupa as camadas externas do cérebro.
Já o “eu humano” é o mais recente de todos, e ocupa a camada externa do cérebro. Seria aquilo que nos faz diferentes de qualquer outro animal. Capacidade de pensar a longo prazo, criatividade, grande talento para inovar.
Uma utilidade prática. Quando estamos falando com uma pessoa desconhecida, vendendo algo, esta começa no modo “eu lagarto”: será que ele é confiável? O que ele quer?
Somente depois que o “eu lagarto” fica confortável é que o “eu humano” vai ouvir a mensagem. Talvez por isso, pessoas muito técnicas sejam ruins de persuasão: não é o argumento lógico que importa para o lagarto.
A anti-pirâmide de Maslow
O modelo dos três cérebros é parecido com a famosa pirâmide de necessidades de Maslow.
Usualmente, interpretamos a pirâmide de baixo para cima: devemos estar com as necessidades básicas fisiológicas satisfeitas, depois as de segurança e social, para conseguirmos correr atrás da autoestima e autorrealização.

Para as poucas pessoas que realmente têm um enorme propósito, pode-se falar de “Anti-pirâmide de Maslow”.
A autorrealização, ou a realização da missão é tão forte que a pessoa abre mão de conforto físico, necessidades sociais e afetivas, e até a própria segurança, a fim de atingir o objetivo.

Ou, como dizem, “Quem tem o por quê, arruma o como”.
“Quem não tem uma causa pela qual morrer não tem motivo para viver” – Martin Luther King