Assisti a alguns episódios de Shark Tank Brasil. O meu amigo Cláudio Galuchi já tinha recomendado faz tempo, mas eu nunca tinha assistido.
Tem coisa ali que não faz sentido para mim. A principal, é ter os “sharks” comprando 50% das startups.
Num dos episódios, um dos “tubarões” barganha agressivamente, dizendo que vai colocar o marketing, o conhecimento, e por isso, não entra por menos de 50%. Em pelo menos duas ocasiões, os tubarões se uniram para ter 60% da empresa!
Pior ainda, isso numa rodada “seed”. Não sobra nada para uma próxima rodada de investimentos, virtualmente limitando o crescimento de algo que deveria escalar tremendamente ao longo do tempo. Ou o negócio não era escalável mesmo, contrariando a própria definição de startup dada pelo programa.
Ter mais de 50% do negócio transforma o empreendedor em um empregado. Uma coisa é eu ter um negócio, a pele no jogo de fazer isso acontecer. Outra coisa é ter o “tiburón” ganhando mais do que eu, e podendo tomar todas as decisões. Essa atitude mata o “olho do dono”.
Ainda mais, para o “tubarão”, a startup é só um negócio pequeno. Não vai sobrar tempo, paixão e recursos para tomar conta do negócio, não com a mesma intensidade dos fundadores originais. É a armadilha do “dilema do inovador”.
Na verdade, parece que o objetivo dos “sharks” ali é outro: engolir as “sardinhas” que aparecem, eliminando a concorrência…
Veja também:
Nos EUA o DOJ (Departamento de Justiça) começou a temporada de caça aos Tubarões, primeiro com o processo contra o Google, e agora querendo que o Tubarão (Facebook) vomite as sardinhas (Instagram e WhatsApp). Não vai dar certo. Os meios já estão tão intrincados que vai ser difícil reverter. E talvez pior seria incentivar alguns concorrentes tipo Baidu (creio que do mesmo grupo chinês dono do Ali Baba, Wechat, e outros). Há um certo equilíbrio na dominância,, ao menos no ocidente, entre os Tubarões, com cada um hegemônico em determinada categoria: Facebook, Amazon, Microsoft e Google.
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Certamente, mestre.
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