“O Mar da cor vinho-escuro” é a frase usada por Homero, na Odisseia, há cerca de 2800 anos. Por que ele não usou “mar azul escuro”? Porque a cor azul não existia.
Esclarecendo a afirmação acima.
Em 1858, um acadêmico chamado William Gladstone notou que esta não era a única referência estranha a cores. Ferro e ovelhas eram violetas, mel era verde.
Gladstone decidiu contar as referências a cores. Preto é mencionado umas 200 vezes, e branco, umas 100. Mas não tinha azul. Ele procurou em outros textos gregos, mas não encontrou. A palavra “azul” não existia.
O que acontece é que eles não tinham um nome para a cor azul. E, por isso, tinham que descrever o mar azul, que viam no mar à frente de seus olhos, de outras formas.
O poder dos nomes
Nomes criam a realidade, à medida em que focam a atenção das pessoas para alguma coisa, padronizam um conceito.
Todas as pessoas têm um nome, todas as empresas têm um nome. Um ovelha sem nome é uma ovelha qualquer dentre tantas outras, a ovelha “Dolly” é única.
Uma ideia qualquer é apenas uma ideia, já a “Teoria da Evolução de Darwin” é A Idea.
Um primeiro erro que podemos cometer é não dar nome a novos produtos, ideias e conceitos que são criados.
O Tao dos nomes
Por outro lado, o poder dos nomes é tão grande que tem a capacidade de ofuscar o que não tem nome.
A cor azul descreve não só o azul, mas azul claro, escuro, e uma miríade de cores possíveis. Os gregos eram cegos em relação ao azul, mas será que nós mesmos não somos cegos em relação à alguma nova cor, ou uma nova ideia?
O segundo erro que podemos cometer é olhar só para o que já existe, e deixar de notar que o mundo anônimo é infinitamente maior do que o mundo “nônimo”.
Criar e destruir
Primeiro, deve-se criar nomes para descrever novos processos, conceitos, ideias, empresas.
Depois, deve-se destruir esses nomes, para não ficarmos presos a eles.
Referências
https://en.wikipedia.org/wiki/Studies_on_Homer_and_the_Homeric_Age
http://www.businessinsider.com/what-is-blue-and-how-do-we-see-color-2015-2