Que tal trabalhar por um dia no Google Campus?
O Google Campus é um espaço voltado para empreendedores. Para ser mais exato, é um edifício de 6 andares, próximo ao metrô Brigadeiro, em São Paulo.
Dos 6 andares, 4 são ocupados por start-ups escolhidas pelo Google. Os andares 5 e 6 são livres, disponíveis para qualquer um que quiser ir lá, usar as dependências para trabalhar um pouco, de graça. Também tem uma cafeteria, que tem alguns lanches no cardápio.
Como fazer? Basta se cadastrar no site https://www.campus.co/sao-paulo/pt e levar um documento com foto para retirar o crachá. O crachá é válido por tempo indeterminado.
Fizemos uma visita lá, e seguem algumas curiosidades.
Os visitantes não têm acesso aos andares das startups. Somentes aos andares 5 e 6. Estes têm alguns ambientes diferentes: terraço, café, área do silêncio.
Cada ambiente tem móveis e decoração diferentes. Por exemplo, o ambiente da foto é ao ar livre, e tinha um monte de gente em reuniões, com muito barulho.
Já a área do silêncio era bem sisuda, um monte de gente concentrada. As cabines telefônicas ao fundo servem para pessoas que quiserem fazer ligações sem perturbar os outros.
O Google Campus oferece wi-fi banda larga, aberto para quem estiver lá. Funciona muito bem.
Detalhe: tinha umas vacas penduradas no teto. Talvez para estimular a criatividade… e para combinar, tinha umas cadeiras com tecido malhado, como as vacas.
Em post anterior, escrevi como um cara da IDEO pendurou uma bicicleta no teto do escritório, só porque deu na cabeça dele que deveria fazer isto.
Note também que o teto não tem forro, deixando aparente a tubulação.
Esta é outra característica do prédio. É altamente tecnológico, mas altamente sustentável: torneiras com pressão reduzida, luzes que apagam sozinhas se não tiver movimento, materiais recicláveis nas divisórias dos banheiros, ausência de luxo ou de acabamento onde não é necessário.
Outra característica do Google é ter áreas de lazer. De vez em quando, aparecia gente jogando aí.
A escadaria com as plantas suspensas sobe para o sexto andar. Há vários cartões pendurados. Qualquer um que quiser pode pendurar o seu cartão.
Note o assento: é um orelhão reciclado como assento. Hi-tech com reciclagem. Imagine alguém dizendo: “Estou falando de um orelhão! Mas sentado no orelhão!”.
Detalhe do mural, com cartões e mensagens.
A cafeteria tem lanches, sucos, café. E é o lugar onde as pessoas estão mais descontraídas, ideal para um networking.
Eventos
Tem um auditório no prédio, e há uma agenda de eventos programada. Basta acessar o site. Mas é quase impossível se inscrever neles. Procurei e todos os eventos estão lotados.
Nota sobre a segurança
Não deixei de notar que, em todos os andares, tinha pelo menos um segurança observando o movimento. É fácil notar, eles destoam completamente dos visitantes, em termos de postura. Eles são bem rígidos em segurança, exatamente pelo espaço ser a princípio aberto para qualquer um.
Logo na entrada, barraram um visitante que não tinha documento com foto. O sujeito tentou argumentar, mas não teve jeito, ele ficou de fora. Dica: não esqueça de levar documento no dia.
Um dos seguranças me barrou porque o crachá não estava aparente. Tive que colocar a cordinha e deixar o crachá exposto no peito.
E, na saída, o mesmo segurança deu um pito numa moça, que tentou sair pela catraca errada.
Bom, imagino que o Google não quer que uma iniciativa tão legal tenha problemas como roubo ou alguma outra confusão. Ponto para eles.
Conclusão
É um espaço bem legal, tudo funciona muito bem. Devo marcar reuniões, ir trabalhar mais vezes por lá, para quebrar o ritmo e ter novas ideas.
Digressão
“O Google faz este tipo de coisa porque pode fazer”, muita gente diz. Para mim, é exatamente o oposto. É por ter iniciativas mente aberta deste tipo que o Google é o Google. Das milhares de empresas do Brasil, muitas delas bilionárias, quantas têm um espaço assim?
Na fantástica cidade de São Paulo há outros lugares muito bons para se trabalhar, como o Centro Cultural São Paulo, que é espaçoso, bonito, legal… mas não tem wi-fi, até onde eu sei. Ouvi dizer que a biblioteca onde ficava o presídio do Carandiru é moderna, grande, bonita e é um bom espaço para trabalhar. Mas, sendo eu do tempo em que via o presídio todas as vezes que tomava o metrô até zona norte, tenho aversão a este lugar.
Também é possível trabalhar numa Starbucks ou em outras cafeterias, mas estes são estabelecimentos comerciais, é meio chato ficar o dia inteiro lá usando recursos sem pagar a mais por isso.
Além disso, nenhum desses lugares tem pebolim, vacas penduradas no teto, seguranças em todo lugar, wi-fi banda larga e um público maluco por tecnologia.