“Sozinho chego mais rápido, acompanhado chego mais longe” – Clarice Lispector
Um dos modelos de comportamento classifica os tipos humanos nos eixos racional – emocional e resultados – relações.

Quem é voltado a resultados é Pragmático: tende a ser individualista e age com força para tentar chegar ao resultado.
A ex-presidente Dilma Roussef é Pragmática. Não é boa para fazer alianças políticas. Trata os subordinados aos berros. Quer baixar os juros, e o que faz? Induz os bancos a baixarem os juros na marra. Quer segurar a inflação? Proíbe o reajuste de preços da gasolina, causando desequilíbrio financeiro à empresa e prejudicando completamente o setor da cana de açúcar. Quer baixar a conta de luz? Faz as elétricas baixaram na marra os preços, novamente sem corrigir os fundamentos para possibilitar a diminuição de preços.

Resultados: num curto prazo, os juros baixaram, a gasolina não subiu e a energia baixou. Mas, mexer na consequências sem corrigir a causa gera desequilíbrio. Os juros voltaram a subir, a Petrobrás só não quebrou por ser estatal, a eletricidade está subindo e as elétricas tomaram muitos prejuízos.
Quem é altamente pragmático pode se encaixar bem numa posição de execução. Mas pode não ser uma boa escolha para uma posição de gerenciamento de pessoas.
Quem é voltado à relações é um Integrador. Integradores podem não se dar bem com matemática, mas são bons em relacionamento humano.
Michel Temer é um bom Integrador. Ele não tem uma capacidade de palanque, mas um perfil de costurar alianças nos bastidores e apaziguar grupos distintos.

Política é complexa porque o ser humano é complexo. Em política, há diversos grupos heterogêneos que têm interesses distintos. É como se tivessem várias pessoas num barco, cada uma remando numa direção. Fazer com que a maioria reme em direção a um objetivo comum é o grande desafio do Integrador.
Temer já deu grandes mostras do que é capaz de fazer: é líder de um partido como o PMDB, que é uma colcha de retalhos de interesses distintos. Forjou alianças para aprovar o impeachment da antecessora. Tudo isso sendo desconhecido do grande público.
Este blog prevê que Temer terá sucesso político muito maior do que a predecessora.

O Expressivo é alguém com um lado bastante emocional. Está sujeito a expressar emoções com força.
O ex-presidente Lula é alguém bastante expressivo.

O Analítico é aquele sujeito frio, calculista. Faz as contas para verificar o que acontece, e não se rende às emoções. Eduardo Cunha, que presidiu a sessão do impeachment, é assim: tão frio que nem precisa de ar-condicionado.

Só escrevi este post porque achei interessante os 4 políticos mais visados do momento terem perfis tão opostos.

Arnaldo Gunzi
Abril 2016