Um dia, ouvi uma história sobre dois velhinhos.
Os dois tinham sofrido com uma doença grave. Mas o primeiro, depois de alguns anos, estava alegre e saudável. Ele tinha encarado a superação da doença como uma nova oportunidade para fazer muito mais coisas boas em sua vida.
Enquanto isso, o segundo velhinho estava a se amargurar pelo que tinha perdido com a doença. Estava sempre a reclamar da vida, de sua saúde e das outras pessoas que não o ajudavam.
O Brasil atual vive uma crise econômica, política e moral. Mas a melhor postura para a crise é pensar que não há crise. A crise existe sim, mas não vou me deixar abater por ela. Vou procurar soluções ainda melhores, mais criativas, mais baratas, mais efetivas. E que se dane a crise!
Toda ameaça também guarda inúmeras oportunidades.
Motos Honda
Hoje em dia, quem vê um carrão bonito da Honda não tem nem ideia de como tudo começou.
Soichiro Honda, o fundador da fábrica de carros Honda, teve duas fábricas destruídas pelos bombardeiros americanos na Segunda Grande Guerra (ele fazia peças de guerra para aviões e máquinas japonesas). Com o fim da guerra, passou a fabricar motos. Na verdade, ele não começou com motos, mas sim com bicicletas motorizadas. Por que bicicletas motorizadas? Porque não não havia muita gasolina disponível, e as pessoas tinham que continuar a se locomover de alguma forma.
Criar bicicletas motorizadas foi uma solução de custo muito baixo, que atendia a uma população carente de um país completamente destruído.
De um ponto de vista muito prático, há situações em que podemos fazer pouco, e outras em que podemos fazer muito. O meu poder é pequeno para acabar com uma crise governamental. Mas o meu poder é grande para buscar novas soluções, novas tecnologias, novas ideias, ajudar os outros e a mim mesmo, e assim, indiretamente, ajudar a passar por uma crise.
Nota: a lenda de que o ideograma chinês de crise significa “ameaça + oportunidade”, não é exatamente verdadeira. Mas mesmo assim a ideia é válida.
Fonte: O trecho da história do Honda e a foto das bicicletas motorizadas é do livro “Honda por Honda”, Ed. Sigla, uma das raridades de minha biblioteca.
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