Tempos atrás, existia o Orkut. Era legal, foi a primeira rede social que “pegou” no Brasil.
Com o passar do tempo, alguma coisa foi acontecendo. Alguém falava de facebook, depois algum outro também falava. Os meus amigos estrangeiros (Japão, Austrália, Europa) nem sabiam o que era Orkut. E, a cada dia que se passava, mais e mais pessoas se conectavam ao face. Numa rede social, o que importa são os contatos. Se há um instrumento em que posso falar com 5.000 conhecidos, para que perder tempo com outro em que há apenas 500?
Na guerra das redes sociais, o Google fechou o Orkut e repensou toda a sua estratégia. Lançou um tal de Google+ (Google Plus). A ideia era uma rede social que integrasse vários serviços do próprio Google, como o Youtube, blog, fotos. Se o número de contatos do Orkut era pequeno, eles resolveriam isto. Para maximizar o número de contatos, o Google forçou que TODO MUNDO tivesse uma conta no Google+. A minha conta do Google+ eu não criei, não escrevi uma linha sequer – ela foi escrita automaticamente, migrou da minha conta no Google e puxou fotos que eu tinha no Picasa (que foi adquirido pelo Google). Não autorizei, na verdade nem sabia que tinha uma conta com fotos no G+.
O efeito deste sequestro de informações para o G+ foi que, nominalmente, este serviço tem uns 300 milhões de usuários. Mas a grande maioria desses nem sabe que é usuário do G+. Eles usam mesmo são o Youtube, o blog, e outros serviços, que contam na estatística. Mas, na prática, o número de usuários de verdade o G+ é muito menor. Parece estatística do PT, números bonitos que não representam a realidade. Nesta página, diz que apenas 9% dos usuários realmente usam o G+. http://www.businessinsider.com/google-active-users-2015-1
Outros efeitos: não gostei muito de ter um monte de informação pessoal compilada sem a minha autorização, e também fiquei com receio de publicar informação nova que pode parar em algum outro lugar que nem sei onde.
Há um grande valor numa rede social. Acrescenta à informação publicada na internet uma dimensão pessoal – fulano de tal gosta disto. Isto possibilita traçar um perfil da pessoa e oferecer anúncios personalizados, oferecer novos serviços e manter o uso dos serviços existentes. Quanto mais se sabe da pessoa, maior esta possibilidade.
O Google ficou para trás em redes sociais, e tentou recuperar o prejuízo. Mas o G+ seria mais interessante se atacasse algum nicho específico. Enquanto o Facebook é a rede social de amizades, o Linkedin a rede social profissional, o Google + até hoje não sei o que é.
A prova de fogo definitiva: enquanto no Facebook vira e mexe alguém me adiciona ou me manda alguma mensagem, nos últimos tempos ninguém me adicionou e nem adicionei ninguém neste tal de Google+. Posso ser teoricamente um usuário ativo do Google+ por mexer no Google, mas uma rede social assim não é nada social.
Arnaldo Gunzi.
Maio/2015
Artigos de Abril 2015, sobre mudança de rumos no Google+.
http://www.ibtimes.com/google-plus-getting-minus-sign-hangouts-photos-teams-may-be-moving-android-1576752
http://www.businessinsider.com/what-happened-to-google-plus-2015-4