A palavra “Mentor”, significando aquele que orienta outra pessoa, é uma palavra muito interessante.
Esta palavra veio da Odisseia de Homero. Há várias lições e histórias que podem ser aprendidas nas histórias fascinantes da antiguidade grega.
A Ilíada e a Odisseia são dois trabalhos monumentais atribuídos a Homero. A data em que foi escrita é incerta, alguns dizem que foi há 3 mil anos. A Ilíada conta a história da Guerra de Troia, enquanto a Odisseia conta os longo percurso que Ulisses (ou Odisseu) teve que percorrer para voltar para casa.
A Grécia da época era formada por dezenas de cidades-estado. Exemplificando, era como se cada cidade brasileira fosse um país. Devido à dificuldade de comunicação e coordenação entre as pessoas há 3 mil anos, o governo de cada país-cidade desses era independente, sendo que eles só se uniam culturalmente e em caso de guerra.
Ulisses era o rei de uma dessas cidades estado, e foi convocado para a Guerra de Troia por alianças que ele mesmo forjara anos antes.
No dia em que Ulisses teve de partir, era ao mesmo tempo o dia mais feliz e mais triste de sua vida. Mais feliz porque foi o dia em que nasceu o seu filho, Telêmaco, e o mais triste porque ele teve que partir para a guerra.
Telêmaco (há uma cidade no Paraná chamada Telêmaco Borba, mas o Telêmaco da Odisseia foi o primeiro da história), teve como tutor e conselheiro um homem sábio chamado Mentor.
A Guerra de Troia durou longos 10 anos. O método utilizado foi o cerco à cidade de Troia e suas muralhas impenetráveis, que só caíram devido ao famoso Cavalo de Troia, plano elaborado por Ulisses.
Já a volta para a casa de Ulisses foi repleta de contratempos, tendo encarado o Cíclope, a feiticeira Circe, as sereias, a deusa Calipso, etc. O fato é que durou mais 10 anos para voltar. Telêmaco já tinha 20 anos de idade.
Durante esses 20 anos, ninguém sabia se Ulisses estava vivo ou morto. Todos os outros combatentes de Troia tinham voltado para os seus reinos em alguns meses. Telêmaco e sua mãe, desesperados, não sabiam o que fazer.
Nisto entra Mentor. Em diversos trechos da Odisseia, a deusa Atena encarna na figura de Mentor e dá conselhos sábios e importantíssimos para que Telêmaco e sua mãe tivessem esperança no retorno de Ulisses.
Pelas características de sabedoria e orientação a um jovem, a palavra Mentor virou o que é hoje.