O carbono e o silício são da mesma família, na tabela periódica de elementos.
Ambos tem 4 elétrons na última camada. Como os átomos precisam de 8 elétrons para estabilizar, eles têm que fazer o número máximo de combinações, 4.
Para o carbono, isto faz com que os tipos de combinações possíveis seja gigantesco. A vida toda é baseada no carbono, é a matéria prima para tudo que é orgânico. Seja DNA, proteínas, tudo tem o carbono como elemento chave para formar a vida. Você é feito de carbono.
Já o silício tem número atômico maior, é mais pesadão. Faz menos combinações do que o carbono. Mas mesmo assim, é capaz de fazer muitas combinações. Isto gera um produto interessante: semicondutores. Uma composição de materiais de silício, que permitem a passagem de eletricidade por uma direção, mas não por outra.
O semi condutor mais simples é o diodo, com duas camadas de semicondutores. Depois o transístor, que tem três camadas. O homem percebeu que o transístor poderia servir como filtro ou como amplificador. Daí para frente, aprendeu a domar a eletricidade e o mundo usando semicondutores.
Níveis de abstração maiores levaram ao circuito integrado, depois ao hardware. Você está lendo isto numa criatura de silício, o computador. E o resto é história. O Vale do Silício que o diga.
Enquanto a natureza aprendeu a domar o carbono, o engenhoso ser humano aprendeu a domar o silício, parente pesado do carbono.
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Arnaldo Gunzi
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