O homem de negócios do Pequeno Príncipe

O Pequeno Príncipe é um livro fantástico, cheio de provocações: leia-o aos 10 anos e você terá uma impressão, aos 20 anos, outra, aos 30, outra, e assim sucessivamente.

Um trecho que eu não dava atenção no passado, mas agora dou, é o do “homem de negócios”, que tem as seguintes linhas gerais:

Um dos planetas visitados pelo Pequeno Príncipe era o do homem de negócios. Um homem que vivia ocupado, sem tempo para nada. Ele contava as estrelas e fazia cálculos inúmeros. Quinze e sete, vinte e dois. Vinte e dois e seis, vinte e oito. Ufa! São pois quinhentos e um milhões, seiscentos e vinte e dois mil, setecentos e trinta e um.

“Quinhentos milhões do quê?” perguntou o Pequeno Príncipe.

“De estrelas.” Ele se orgulhava de possuir as estrelas. Era rico. Com a riqueza, poderia comprar outras estrelas, em movimentos ousados no mercado, além de impressionar os outros.

“O que faz com tantos milhões de estrelas?” perguntou o Pequeno Príncipe.

Nada. Ele apenas gostava de possuí-las.

Daí, ele escreveu o número num papelzinho e trancou o papel a chave numa gaveta.

Extremamente ocupado, o homem voltou ao trabalho, pois agora tinha outro setor a contar e um EBITDA a entregar!

“As pessoas grandes são mesmo extraordinárias,” repetia o Pequeno Príncipe no percurso da viagem.

Um comentário sobre “O homem de negócios do Pequeno Príncipe

  1. Vitor Machado

    Que interessante! Li o mesmo livro recentemente e talvez o releia em 10 anos.

    No meu caso, a leitura me serve como um lembrete de que o mero acúmulo de bens materiais, como papéis, escrituras e objetos, é apenas um sintoma da nossa busca por ciclos de satisfação e insatisfação. Nesse sentido, podemos observar a 1ª e 2ª Nobres Verdades de Buda em ação.

    E você, quais foram os efeitos de prestar atenção nesse texto do livro?

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