Jogue aqui, direto no browser, o jogo de Atari do Steve Jobs.

Trata-se de um joguinho muito simples. Manipulamos uma espécie de raquete, que deve rebater a bolinha quicante, e eliminar todos os blocos acima.
Nada muito sotisficado, comparado aos dias de hoje. Porém, em 1974, era o supra sumo que a tecnologia nascente de computadores pessoais poderia oferecer.
Eu mesmo tive um Atari na década de 80, e era a melhor coisa do mundo.
Em 1974, Steve Jobs tinha 19 anos. Um dia, ele apareceu na sede da Atari, em Los Gatos, California, e disse que não sairia dali até ser contratado.
Alguns trechos, retirados das referências abaixo:
“Temos um garoto no saguão. Ele tem alguma coisa ou é maluco.”
Jobs, na época, vivia numa dieta vegetariana estranha, e não tomava banho, porque acreditava que a dieta o manteria puro, livre de odores.
“Ele era um garoto realmente nojento”, Alcorn disse certa vez ao historiador de videogames Steven Kent. “Acho que disse: ‘Devíamos chamar a polícia ou falar com ele.’ Então eu conversei com ele.”
O garoto Steve acabou contratado pela Atari. Um de seus trabalhos foi simplificar o circuito do jogo Breakout, citado acima. Explico. Na época, o console do Atari era metade do videogame. A outra metade eram os cartuchos, que deveriam ser comprados e plugados ao console para jogar. E os cartuchos tinham verdadeiros circuitos ali dentro, era hardware. Simplificar a configuração do circuito mantendo a jogabilidade significaria menos custo variável para o mesmo preço final.
Steve topou o desafio. A questão é que ele não manjava tanto assim de eletrônica – aí ele fez o que o futuro Steve Jobs fazia de melhor: terceirizar a tarefa para quem manjasse de verdade, no caso, o amigo Steve Wozniac, 5 anos mais velho e engenheiro da HP na época.
“Jobs nunca fez um pouquinho de engenharia em sua vida e ele me derrotou”, disse Alcorn mais tarde. “Demorou anos até eu descobrir que ele estava fazendo Woz ‘entrar pela porta dos fundos’ e fazer todo o trabalho enquanto ele recebia o crédito.”
Jobs sempre foi fascinado pela simplicidade dos jogos de Atari. Era um joystick e um botão apenas, o jogo vinha sem manual de instrução algum – era tudo muito intuitivo. Fico imaginando o quanto essas experiências anteriores o inspiraram a criar o iPhone, com um único botão e autoexplicativo, décadas mais tarde.
No tempo livre, Jobs e Woz começaram a projetar o Apple I. Depois, o Apple II foi oferecido inclusive à própria Atari – que recusou. Imagine como o mundo poderia ser diferente, se a Atari tivesse aceitado!
Veja também:
https://observatoriodegames.uol.com.br/destaque/tbt-gamer-como-foi-a-vida-de-steve-jobs-trabalhando-na-atari