“Tubarão”, um filme trash de Sessão da Tarde

O filme “Tubarão” (Jaws), de 1975, é um dos mais aclamados de todos os tempos. Contudo, poderia ter sido apenas uma produção tosca, um filme de terror B, se tivesse saído conforme planejado. 

Por ironia do destino, o que salvou o filme foram os inúmeros problemas ocorridos com o tubarão mecânico.

Foi um dos primeiros filmes do diretor Steven Spielberg, então com 27 anos.  O orçamento de 4 milhões de dólares já tinha estourado, assim como o prazo de 55 dias. Mesmo assim, a produção não conseguia fazer funcionar o tubarão mecânico, uma engenhoca complicada, comandada por roldanas a partir de outro barco, e que quebrava a todo instante. Houve dias que só aproveitaram segundos de filmagem. O filme, por pouco, não saiu. “Jaws” foi apelidado por “Flaws” (falhas) e o departamento de efeitos especiais foi chamado de departamento de Defeitos especiais.

Como fazer um filme de tubarão sem tubarão?

Spielberg teve que se virar com o que tinha. Inspirado por outro grande cineasta, o mestre do suspense Alfred Hitchcock, ele decidiu fazer um filme de tubarão sem tubarão: apenas sugerir a sua presença, minimizando a sua aparição – acompanhado de um tema musical aterrorizante e inesquecível – relembre abaixo.

Uma visão clara do tubarão só ocorreu após os primeiros 80 minutos do filme.

O poder da sugestão na cabeça das pessoas é tão grande, que o filme foi um sucesso.

Jaws é considerado o primeiro filme Blockbuster (arrasa-quarteirão) da história, um grande sucesso de crítica e de bilheterias. Conseguiu o maior faturamento até então (sendo superado, em 1977, por Star Wars).

Portanto, fica a lição. As dificuldades insuperáveis podem nos tornar melhores do que somos, se tivermos a coragem e a ousadia de enfrentá-las de modo inteligente.

Algumas curiosidades:

O compositor da trilha de Tubarão, John Williams, deveria ser lembrado para sempre na história. Ele criou várias outras trilhas icônicas e imortais: Star Wars, Indiana Jones, Super-Homem, etc…

“Você vai precisar de um barco maior”, é um bordão que virou clássico.

Spielberg não compareceu à gravação final do filme, por temer que a equipe o atiraria para dentro da água assim que ouvissem o último “corta”.

Havia três tubarões mecânicos, um só com o lado direito, outro só com o lado esquerdo, e um completo.

Spielberg apelidou o tubarão como “Bruce”, em homenagem a seu advogado, um tubarão dos tribunais.

“Fazer Tubarão me traumatizou por anos”, diz Spielberg.

Algumas fontes:

https://www.rottentomatoes.com/m/jaws

Click – como resolver problemas insuperáveis – David Niven

https://www.mentalfloss.com/article/64548/25-incisive-facts-about-jaws

https://www.newyorker.com/culture/culture-desk/the-unassuming-greatness-of-jaws

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