Thomas Carlyle e a Teoria do Grande Homem

“A história pode ser amplamente explicada pela biografia dos grandes homens”.

Esta é a “Teoria do grande homem”, do historiador e escritor escocês Thomas Carlyle, 1795-1881.

Grandes líderes são inatos. Liderança não é uma habilidade adquirida. Grandes líderes são abençoados com inspiração divina e as características corretas, e estes fazem a diferença nos rumos da humanidade.

Ele identifica seis tipos de heróis:

  • Divindade, como Odin
  • Profeta, como Jesus
  • Poeta (como Shakespeare)
  • Sacerdote (como Luther King)
  • Homem de letras (como Rousseau)
  • e Rei (como Napoleão)

A liderança é inata, ou a pessoa é apenas um fruto do seu tempo? O líder faz mesmo a diferença, ou o time teria chegado ao mesmo resultado sem a sua ajuda? Como sempre em filosofia, há uma ideia diametralmente oposta e defendida de forma igualmente sólida por outros gigantes do pensamento, como Herbert Spencer.

Dois exemplos de líderes me vêm à cabeça. São bem posteriores à época de Carlyle, porém ilustram muito bem a teoria.

Adolf Hitler assumiu o comando de uma nação destruída pela Primeira Guerra, devastada pela hiperinflação e desemprego, e ditou os seus rumos em direção à um conflito intercontinental…

Haveria uma Segunda Guerra Mundial sem Hitler? Algum outro líder seria capaz de mobilizar a Alemanha para uma guerra?

Hitler planejava uma guerra rápida, anexar alguns estados vizinhos, consolidar sua posição e se fortalecer antes de continuar a sua estratégia de dominação. Após um início avassalador, em 1940, a Europa inteira tinha caído (como França, Polônia), a Itália era aliada do Eixo, a URSS tinha feito um tratado de não-agressão, os EUA não tinham entrado na guerra. Hitler tinha triunfado.

Somente uma nação se opunha à Alemanha na época, e esta era a Inglaterra. E, na Inglaterra, um homem foi ferrenho opositor à Hitler: Winston Churchill.

Havia duas opções: fazer um tratado de paz com a máquina de guerra alemã (posição defendida por Lord Halifax) ou continuar a oposição para deter de uma vez por todas o império do Eixo (posição defendida por Churchill). Ambos, Halifax e Churchill, concorriam ao cargo de primeiro ministro do Reino Unido.

Churchill venceu Halifax, a Inglaterra resistiu ao avanço nazista, os EUA entraram na guerra no ano seguinte, e o tratado de não-agressão com a URSS foi quebrado.

Sem Churchill, Hitler teria tido um enorme triunfo, e certamente o mundo seria muito diferente do que é hoje. Talvez, ao invés da União Europeia, tivéssemos até hoje o Terceiro Reich.

Ou não? Será que teriam surgido outras pessoas equivalentes a Hitler e Churchill?

Nunca saberemos…


Fontes e links:

https://en.wikipedia.org/wiki/May_1940_war_cabinet_crisis

A obra de Carlyle é o livro “On heroes, hero-worship and the heroic in history”, de 1841.

https://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Carlyle

https://en.wikipedia.org/wiki/Great_man_theory

https://www.verywellmind.com/the-great-man-theory-of-leadership-2795311

http://history.furman.edu/benson/fywbio/carlyle_great_man.htm

Index filosófico: https://ideiasesquecidas.com/index-filosofico


3 comentários sobre “Thomas Carlyle e a Teoria do Grande Homem

  1. Lembro de uma pequena “batalha” que o movimento do Politicamente Correto estava tramando há algumas décadas nos países anglofônicos quanto à palavra “history” porque tinha a conotação de “being HIS story” e nunca “HER.” Mas aí a polêmica comela.

    Outra coisa, acho que sua citação do Thomas Carlyle puxou um Carlyle errado que faz hipismo aí no rodapé… rs

    Abraços e seguimos em frente!

    Pinguim Investidor
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