Como seria o mundo se não existisse a energia elétrica?
Imagine um computador movido a energia mecânica. Uma conta de somar 2 + 2 teria que ser feita movendo algumas alavancas, que moveriam engrenagens, que movimentariam outros eixos, que dariam o resultado movendo outras engrenagens.
Supondo que seja possível construir um computador mecânico, fica outra pergunta: e a energia para movê-lo, viria de onde?
Hoje em dia, você liga o computador na tomada para conseguir energia. Simples, fácil assim. A energia é produzida na usina hidrelétrica de Itaipu, por exemplo, e viaja alguns milhares de quilômetros para chegar na sua casa.
Mas, se não existisse elétrica, a fonte de energia teria de ser mecânica. Talvez o seu computador funcionasse a carvão: você esquentaria o carvão, e depois de alguns minutos este ferveria água, e os gases de evaporação da água movimentariam uma roda, que forneceria energia para o seu computador mecânico. O problema seria trazer o carvão, queimar, esperar, sujar tudo, só para somar 2 + 2, e isto tudo numa máquina do tamanho de um carro. E talvez, muito parecido com um carro.
Mas, e se a energia mecânica fosse transmitida de algum gerador central de energia mecânica?
Itaipu moventaria rodas d’agua gigantes, que através de eixos e engrenagens movimentaria outros eixos e engrenagens. Mas, pelo processo ser puramente mecânicos, haveria grandes perdas na transmissão. Além das perdas, haveria o problema de fadiga dos materiais. Afinal, não é nada fácil ser a engrenagem que transmite energia mecânica para milhões de pessoas Brasil afora.
Portanto, é impossível fazer cadeias suficientemente longas de distribuição de energia mecânica, sem que este sistema entre facilmente em colapso.
É por isso que o domínio da eletricidade resultou num enorme salto de produtividade. Com eletricidade, pode-se centralizar a produção de energia num lugar como Itaipu, e distribuir a mesma para milhões de pessoas, com poucas perdas. A eletricidade permitiu a construção de ferramentas pequenas, médias e grandes, movidas a uma tomada de distância. E a eletricidade ainda abriu as portas para a eletrônica, que foi a responsável por outro salto de produtividade.