Nas últimas semanas de 1889, a tripulação do navio de guerra brasileiro Almirante Barroso, ancorado no Ceilão (atual Sri Lanka), foi pega de surpresa pelas notícias alarmantes que chegavam do outro lado do mundo. “Brasil República…”, anunciava o telegrama recebido pelo comandante do navio.
O telegrama confirmava os rumores que a tripulação tinha ouvido na escala anterior, na Indonésia. Era a proclamação da República.
Entre os tripulantes, o segundo-tenente Augusto Leopoldo de Saxe-Coburgo e Bragança, de 22 anos, o príncipe dom Augusto.

Dom Augusto era o quarto na linha sucessória, e por isso, um ilustre convidado no navio. Não mais.
O telegrama informava que toda a família real tinha perdido não só o posto de oficial e o título de príncipe, mas a própria cidadania brasileira. Agora o rapaz não tinha nem país…
No tempo entre o embarque e um telegrama, ele tinha ido de príncipe bajulado a pária.
Felizmente, para Dom Augusto, ele tinha sido um oficial exemplar, querido por toda a tripulação, ao performar suas funções militares mesmo na condição de príncipe. Foi homenageado pela tripulação com um jantar, distribuiu seus pertences e entrou em outro navio, para encontrar seus parentes na França. Morreu 32 anos depois, sem nunca mais voltar ao Brasil.
Este é resumo de história contada por Laurentino Gomes, no excelente livro 1889.
Para reflexão. Não se atenha a cargos e nem destrate outras pessoas utilizando a posição. Príncipes podem virar sapos, da noite para o dia.
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