Já fiz alguns trabalhos muito interessantes em minha carreira profissional. Vendo alguns desses trabalhos, de vez em quando algum colega pergunta: “Por que você não abre a sua própria empresa?”
A minha resposta é sempre algo como “não tenho habilidade como vendedor”, “não gosto da parte burocrática”, etc. Mas é tudo mentira.
A verdade é que não tenho coragem para ser um empreendedor. Prefiro a segurança de receber um valor fixo todos os meses ao risco de passar apuros.
Empreendedorismo = Risco
Um empreendimento pode ou não dar certo. Se der certo, é claro que haverão recompensas, como o retorno financeiro.
Mas empreender é extremamente difícil. Seja por falta de habilidade comercial, seja porque o mercado vai contra, ou porque o produto é ruim mesmo, o novo negócio pode dar errado. Empreender significa assumir compromissos com fornecedores e bancos. Significa ter que pagar em dia para os funcionários, sob pena de descumprir pesadas legislações trabalhistas. Significa assumir riscos.
Tenho grande aversão ao risco. E não sou o único. A maioria das pessoas também é avessa ao risco.
Basta ver a grande procura que têm os concursos públicos, por terem atrelado a eles a palavra mágica “estabilidade”, junto com outra palavra mágica: “salário acima da média”.
Herois anônimos
Quem olha a Disney hoje, vê um império multibilionário de entretenimento.
Poucos sabem que Walter Disney quebrou duas vezes, atrasando salários a funcionários, pagamentos a fornecedores, a ponto de ser despejado da própria casa. Disney chegou ao fundo do poço antes de atingir o sucesso. O mesmo ocorreu com dezenas de outros empreendedores.
O Walt Disney que conhecemos atingiu o sucesso, mas quantos Walt Disneys anônimos fracassaram?
Quantas lojas em shopping, restaurantes, imobiliárias, websites, concessionárias de veículos, pequenos negócios, quebram anonimamente todos os dias e nem sequer tomamos conhecimento?
O grande pensador contemporâneo Nassim Taleb chama os empreendedores de heróis anônimos do mundo. São os que colocam a “pele no jogo”. Assumem grandes riscos para trazer para nós as lojas de conveniência, restaurantes, táxis…
Do livro “Antifrágil – coisas que se beneficiam com o Caos”:
Dia do Empreendedor
O empreendedorismo é uma atividade arriscada e necessária para o crescimento ou, até mesmo, para a simples sobrevivência da economia.
Para progredir, a sociedade moderna deveria estar tratando os empreendedores arruinados com a mesma lógica que os soldados mortos…
Meu sonho é que tivéssemos um Dia Nacional do Empreendedor com a seguinte mensagem:
A maioria de vocês fracassará, será desrespeitada, empobrecerá, mas somo gratos pelos riscos que vocês estão assumindo e os sacrifícios que estão fazendo em prol do crescimento econômico do planeta e forçando os outros a sair do problema. Vocês estão na origem da nossa antifragilidade. A nação agradece.
Empreendedores são os que transformam a teoria em prática. É na prática que vemos se uma ideia funciona ou não. Empreendedores são os que assumem riscos e trazem inovação ao mercado. Ao invés de penalizar cada vez mais os empreendedores, os governantes, “intelectuais” e críticos deveriam é dar mais valor a eles.
Para completar, o mestre Peter Drucker: