Estive acompanhando a Copa do Mundo de Xadrez 2025, da FIDE (https://worldcup2025.fide.com/).
Um dado impressionante é que os três melhores enxadristas brasileiros — Supi, Fier e Krikor — não passaram da segunda rodada. E são oito rodadas eliminatórias no total.

Qualquer um desses três vence qualquer outro jogador brasileiro, com raras exceções. Contra uma pessoa comum, é 100% de certeza de vitória.
Uma característica é que xadrez é praticamente determinístico: quem tem mais conhecimento, capacidade de cálculo e memorização tende a vencer. Há pouca margem para blefe ou sorte. Um Grande Mestre passou a vida toda estudando, além de ter um talendo incomum nessas habilidades.
Em um torneio mundial, a lógica se repete em escala: da mesma forma que o melhor do Brasil vence qualquer rival nacional, o Top 20 mundial vence com folga quem está apenas um degrau abaixo.
O próprio Supi comentou, em um dos vídeos, que a expectativa não era vencer o torneio, mas passar da primeira fase e competir na segunda.
Isso leva a uma reflexão: é extremamente difícil ser o melhor do mundo absoluto, em qualquer área. Seja em programação, xadrez, ou até pingue-pongue.
Porém, não precisamos ser o melhor do mundo para gerar valor. Podemos ser o melhor do Brasil, o melhor de São Paulo, ou o melhor do bairro. Atuar em algum nicho muito específico.
Às vezes, essa vantagem vem da combinação única de habilidades: ser o melhor em Python que também entende profundamente de logística florestal, ou o melhor em pingue-pongue que aplica análise de dados, e por aí vai.
Como diz Naval Ravikant:
“Fuja da competição através da autenticidade. Quando você está competindo com outros, é porque está os copiando. Porém, todo ser humano é diferente. Não copie. Ninguém é melhor em ser você do que você mesmo.
Torne-se o melhor do mundo no que você faz. Continue redefinindo o que você faz até que isso seja verdade.”
Essa é reflexão.
