“As ideias não movem montanhas. Escavadeiras, sim. As ideias orientam ondem as escavadeiras devem ir e o que devem fazer” – dizia o grande Peter Drucker.
Lembrei da excelente frase acima. Esta semana, estou mudando de apartamento. Não estou acostumado a trabalhos físicos. Meia hora carregando caixas e já estou exausto, pedindo água.
Uma mudança não tem muita teoria, e sim, muita prática. Retirar as coisas dos armários, limpar, colocar em malas e caixas, transportar, desempacotar e arrumar no novo local. Não tem otimização, não tem Analytics nem modelos avançados, é muita força física mesmo.
No mundo, ir para a prática sem teoria é ruim, porque certamente haverá desperdício de esforço físico – e tempo e dinheiro para consertar os erros. Porém, teoria demais sem prática também é ruim, porque é impossível fazer acontecer algo só com ideias, sem bulldozers; só inspiração, sem transpiração; só com modelos, sem execução.
Qual seria uma boa proporção?
Numa obra de engenharia, o custo com projetos e planejamento é de uns 5% a 10% dos custos totais, normalmente.
Outra analogia é com o cérebro. O cérebro de um humano adulto consome uns 20% da energia total do corpo. Teria que descontar daí as funções básicas para manter o corpo humano (ex. regular temperatura, enxergar, controlar movimentos), porque não são exatamente funções de planejamento. Não tenho muita ideia de quanto isso exige, mas sei que um Albert Einstein não precisava comer muito mais do que uma pessoa comum. Se fazer cálculos complexos e viajar aos confins do espaço-tempo necessitasse de grande energia química, Einstein teria que comer como o nadador recordista olímpico Michael Phelps (3 sanduíches, omelete com 5 ovos, cereais, torradas e 3 panquecas, só no café da manhã!).
Baseado nas informações acima, sem ciência alguma e dando um chutão, eu diria que o cérebro também consome em torno de 5% a 10% da energia de uma pessoa em funções de teoria e planejamento, e o resto em execução (manter-se vivo).
E agora, permita-me voltar a carregar as caixas!
http://globoesporte.globo.com/Esportes/Pequim2008/Noticias/0,,MUL723450-16072,00-MICHAEL+PHELPS+E+SUA+ABSURDA+DIETA+DE+CALORIAS+DIARIAS.html
Uma coisa que considero interessante, é que jogadores de xadrez chegam a gastar 6000 calorias diárias em períodos de campeonato.
Mostrando que pensar pode gastar mais energia do que achamos!
https://www.espn.com/espn/story/_/id/27593253/why-grandmasters-magnus-carlsen-fabiano-caruana-lose-weight-playing-chess
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Aí também há fatores fisiológicos. Um embate de xadrez é tenso. Karpov tinha um “especialista”, que ficava fitando o oponente com os olhos arregalados, para perturbar o mesmo. E também a partida pode durar horas e horas, e muitos dias. Nas partidas Kasparov x Karpov, teve um ano que jogaram umas 60 vezes consecutivas e foi interrompido porque eles estavam colapsando.
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