No livro Creativity Inc, Ed Catmull conta que a Pixar quase perdeu um ano de produção do filme Toy Story II.
Todo o trabalho da Pixar estava em rede, e alguém acidentalmente deu um comando (na plataforma Unix, não conheço o comando) de formatar o servidor. Quando perceberam, era tarde demais para recuperar. Mas ainda existia um backup programado, que eles faziam todos os dias. Porém, foram verificar o backup, e este estava com problemas. Não tinha jeito, o trabalho de um ano inteiro estava perdido.
Foi aí que uma funcionária lembrou que tinha uma cópia do trabalho. Esta estava trabalhando em casa, por conta de licença maternidade. E fazia automaticamente um backup total do trabalho, toda semana, para levar para casa.
Uma das providências que tomaram, depois do incidente, foi a de consertar o programa de backup. Mas o mais impressionante foi o que não fizeram. Ninguém perguntou quem foi a pessoa que apagou os dados, e nem quiseram responsabilizar ninguém. Isto porque eles tinham certeza de que as pessoas da Pixar eram bem intencionadas, e se houve o problema, fora por acidente e não por negligência ou má intenção.
Outra coisa era a liberdade total dos funcionários no trabalho. E, se todos podiam ter acesso aos arquivos e apagar (que causou o acidente, também todos podiam fazer backup e levar para casa (o que salvou a todos). A aleatoriedade trabalha para os dois lados, e eles preferiram manter a cultura da empresa a aumentar controles e sufocar o ambiente.
Arnaldo Gunzi.