1) “A mágica da arrumação em quadrinhos” é uma versão em mangá do método Marie Kondo.
É uma história curta e com desenhos muito bem feitos. Eu, particulamente, acho que a grande sacada de Kondo é fazer o link entre arrumar e a felicidade de ter um lugar limpo e organizado.
Pode (e é) simples e óbvio, porém, só passei a arrumar direito o meu armário após aprender a técnica dela.
Há também uma série sobre a arrumadora na Netflix.
2) Fahrenheit 451 – versão em quadrinhos de livro do mesmo nome.
É sobre um futuro distópico, em que bombeiros queimam livros e a patrulha está sempre de olho no que as pessoas podem fazer ou não. Os grandes autores, filósofos e poetas são banidos do cotidiano. Apenas os vídeos oficiais bombardeiam a vida das pessoas, em geral completamente embriagadas com a sua vidinha perfeita e alienadas da dureza do mundo real.
Um bombeiro passa a questionar o sistema após um encontro com uma menina, e o trama se desenrola a partir daí.
3) “Fujie e Mikito” é sobre a história de um casal japonês que emigra para o Brasil, nos anos 1950. O Japão vivia uma grave crise econômica, e diversas famílias fizeram a travessia para o outro lado do mundo.
Uma narrativa simples, despretensiosa, conta as agruras e dificuldades sofridas, na terra do “em se plantando tudo dá”.
A seguir, quatro indicações de livros distópicos que marcaram a literatura do gênero.
Se uma “utopia” é como sonhar com um futuro bom e justo, uma “distopia” é o oposto: um pesadelo, um futuro sombrio e ruim…
4) Admirável mundo novo, de Aldous Huxley, 1931.
É sobre um mundo perfeito, sem sofrimento. Os seus seres perfeitos física e moralmente têm apenas prazeres. Um exemplo é sexo à vontade sem a preocupação com reprodução – este “detalhe” fica à cargo de ventres artificiais feitos para isso, e um outro exemplo é uma pílula da felicidade chama “soma”. Entretanto, à margem da sociedade perfeita ficam os seres excluídos, no mundo real. A trama se baseia num homem que é tirado do mundo real e colocado no mundo “perfeito”.
É algo como a Matrix do filme, que também é sobre um futuro distópico perfeito em detrimento do mundo real.
3) Laranja mecânica, 1962, Anthony Burgess.
O protagonista é um jovem chamado Alex, líder de uma gangue de arruaceiros numa Inglaterra futurista. Esta gangue pratica a ultraviolência, com cenas pesadíssimas de brigas, espancamentos, assaltos, leite com drogas, violência sexual e tudo mais de ruim que alguém pode fazer.
Quando Alex é preso, ele passa por um tratamento psiquiátrico, tipo uma lavagem cerebral, que elimina dele todo o instinto de violência. Mas, quando ele retorna à sociedade, ele está indefeso e é a vez dele de ser espancado e torturado pelos rivais, ex-colegas e antigas vítimas.
A gangue utiliza uma gíria inventada pelo autor, que era fascinado por linguagens e como gangues a utilizavam.
O nome é porque uma laranja não natural, mas mecânica, é algo muito esquisito. É como o Alex natural por fora, mas completamente diferente por dentro. O que é correto, manter a natureza agressiva do rapaz ou transformá-lo num zumbi sem vontade?
O livro foi base do filme de mesmo nome, de 1971, por Stanley Kubrick – um dos clássicos do cinema moderno.
A seguir, dois livros do grande autor inglês George Orwell.
2) A revolução dos bichos, 1945, por George Orwell.
É sobre uma revolução dos animais numa fazenda. Um dos porcos, o velho Major, tem uma revelação de um mundo melhor, liderado pelos animais ao invés do ser humano. Logo depois, Major morre, mas dois dos outros porcos, Napoleão e Bola de Neve, lideram a bem sucedida revolução, expulsando os seres humanos.
No começo é bom, mas com o tempo, Napoleão expulsa e difama Bola de Neve, os animais continuam a trabalhar como sempre fizeram antes, e nada tinha mudado para eles, exceto para os porcos que eram cada vez mais parecidos com os humanos. Os animais também estavam em constante alerta contra a ameaça dos seres humanos, o que justificava que os mais capazes, os porcos, concentrassem o poder.
Há uma série de frases icônicas, como:
Quatro patas bom, duas patas ruim
Todos os animais são iguais
Quando os porcos começam a assumir cada vez mais as feições dos seres humanos, estas viram:
Quatro patas bom, duas patas melhor ainda
Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros
No fim do livro, os porcos moram na casa grande, se vestem como humanos e fazem negócios com humanos.
1) 1984, de George Orwell, publicado em 1949.
O Big Brother é o líder máximo de uma sociedade totalitária. Ele a tudo vê (não por acaso, há um programa de TV horrível inspirado por este termo). É uma sociedade dominada pela propaganda, a polícia do pensamento e doutrinação.
O livro tem vários termos como duplipensar (aceitar duas ideias opostas do jeito que lhe convém) e novilíngua (tipo uma linguagem politicamente correta). O próprio Orwell virou um adjetivo, um orwelliano, algo que denota uma distopia sombria.
Conclusões:
Embora tais livros sejam do século passado, os temas continuam cada vez mais atuais.
Um fato curioso é que pessoas com espectro políticos diferentes olham para os livros 1984 e Animal Farm e veem claramente uma ditadura comunista, ou uma ditadura fascista. Olham para a patrulha de pensamento e criticam o outro lado, e acusam um ao outro de duplipensar. Cada lado defende os seus argumentos com unhas e dentes.