Opinião sobre AI

Não gosto muito de hypes, e muito menos dos gurus que surfam a onda, aqueles que ficam gritando “você está defasado” e vendendo cursos.

Tenho uma opinião sobre a AI, que vai na contramão do que esses “gurus” dizem: quanto mais a AI se desenvolver, mais vamos precisar dominar os processos, o contato com as pessoas, a parte humana da coisa. E também, menos vamos precisar dominar ferramentas técnicas, e mais os fundamentos conceituais das soluções.

Ora, a razão é simples. Imagine uma super AI, centenas ou milhares de vezes melhor do que as existentes hoje, conforme eles pregam. Ainda assim, ela terá uma limitação: vai precisar de dados bons para funcionar. Vai precisar de alguém que traduzam parte da realidade para eles e os guiem. A realidade é sempre muito mais complexa do que podemos capturar com dados, que são uma amostragem do mundo real. E acredito que, com nossos olhos, ouvidos, memória e capacidade de comunicação com outros seres humanos, somos e seremos melhores do que as máquinas.

Outro erro é quando vejo as pessoas tentarem dominar a linguagem da vez, o framework da moda. Ora, aí sim, na parte técnica de ferramental, é onde a AI pode ajudar. Não preciso decorar profundamente uma linguagem, ou saber plotar um gráfico. Tenho é que dominar os conceitos, os fundamentos: para que serve o teste estatístico, o cálculo para saber as forças e limitações de um gradiente, álgebra linear para entender a lógica de uma representação matricial, etc. Menos e menos temos necessidade de sermos “ferramenteiros”.

Elon Musk uma vez disse que os seres humanos são subestimados. Conseguimos fazer tarefas incríveis apenas com a capacidade cerebral nossa. Vejo a AI como uma ferramenta adicional. Para melhor utilizá-la, temos que delegar a ela onde ela é boa e atacar onde ela é ruim.

Nesses tempos de AI, o cérebro humano é uma obra-prima subestimada!

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