Soneto de Fidelidade

O Soneto de Fidelidade, de Vinícius de Moraes, é uma das joias da poesia brasileira.

Notavelmente conhecido é o trecho final, que diz,

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

A lição de casa da minha filha mais velha era um caderninho de poesias, o Soneto de Fidelidade incluso, daí a relembrança do mesmo.

Apenas olhar para o texto, sem sentir a sonoridade da mesma, é um desperdício.

Segue vídeo do Soneto de Fidelidade, interpretado por Vinícius de Moraes, com Tom Jobim ao piano – nunca mais na história vamos ver dupla tão grandiosa. Desfrute.


SONETO DE FIDELIDADE

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

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