Viva o Prêmio Nobel de Física de 2022, na área de Quantum Information, para Alan Aspect, John Clauser e Aston Zeilinger.

Os computadores quânticos utilizam qubits, ao invés de bits clássicos. Este paradigma de computação tem um “superpoder” que faz toda a diferença e não é possível simular facilmente num computador clássico: o emaranhamento quântico, ou “quantum entanglement”.
Dois qubits (digamos, fótons) podem ser emaranhados, de modo que se um for medido e resultar em 1, o outro também será 1. Da mesma forma, se um for medido em 0, o outro também será 0. Porém o sorteio em si é aleatório, não sabemos se dará 0 ou 1 – só sabemos que os fótons estarão 100% correlacionados.
Aí, surgem questões: se um fóton estiver na Terra e o outro do outro lado do universo, em Alpha Centauri, como um dos fótons “sabe” o resultado do outro? Existe comunicação mais rápida que a luz? Há uma “variável escondida”, com o sorteio já feito previamente?
Isso foi o que Albert Einstein chamou de “ação fantasmagórica à distância”, na tentativa de dizer que mecânica quântica tinha furos.
Para tirar a limpo, o físico John Bell idealizou um teste para provar que não há “variável oculta” capaz de reproduzir o resultado da mecânica quântica.
Porém, uma coisa é idealizar um teste, outra coisa é efetivamente fazer o mesmo. E é aí que entram os pesquisadores vencedores do Nobel. Eles trabalharam em experimentos, cada vez mais completos, para comprovar a violação da desigualdade de Bell, e assim mostrar que o efeito do emaranhamento é real.
Aplicação possíveis em segurança da informação, sensores quânticos e quantum computing.
Parabéns aos pesquisadores, e ótima notícia para as áreas citadas!
https://www.nobelprize.org/prizes/physics/2022/prize-announcement/
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