Indicação de série computacional para o fim de semana. Na Netflix, “The Billion Dollar Code” conta a história de um hacker e um artista, na Alemanha pós queda do muro de Berlim, que se uniram para criar um antecessor do Google Earth, 10 anos antes deste.

Eles imaginaram o super-homem, voando pelo planeta a grandes altitudes, e dando zoom nas regiões a serem visitadas. O software foi batizado “Terra Vision”, e mostrado em feiras no mundo todo.
Eles acusam uma pessoa da Silicon Graphics de ter copiado a ideia e pontos principais do código, para desenvolver o Google Earth. Anos depois do sucesso do Earth, os criadores do Terra Vision resolvem processar a gigante de tecnologia, e uma batalha jurídica se segue.
É uma batalha de Davi x Golias, contada pelo lado fraco da história.
Temos o costume de celebrar a visão, criatividade e persistência dos vencedores, dos Gates, Jobs e Zuckenbergs da vida. Entretanto, há centenas de empreendedores igualmente visionários, criativos e persistentes que ficam pelo caminho, por diversas circuntâncias.
Como é difícil inovar! Não basta ter uma ideia brilhante e capacidade técnica de desenvolvimento.
É preciso estar no timing correto. O Terra Vision surgiu anos antes da Internet se popularizar, muito cedo.
É preciso escalar. Na Alemanha da época, eles tinham acesso a pouquíssimo capital de risco e estrutura, de forma que não conseguiram fazer um produto de alcance mundial.
Concorrentes: existe uma teoria de que as ideias estão no ar, e quando chega o momento delas, mais de uma pessoa tem a mesma visão. Inúmeros casos: Santos Dumont x Irmãos Wright, Edinson x Westinghouse, Darwin x Wallace. Mesmo Einstein, não fosse ele a criar a Teoria da Relatividade, teriam outros (como o matemático David Hilbert). Se não fosse o Google Earth, seria o Terra Vision ou alguma concorrente.
E quem ganhou o processo, no final das contas? Veja na série.