Todas as vezes que vejo a baleia da Faria Lima, lembro do romance “Moby Dick”, de Herman Melville. Este é um clássico da literatura universal e uma das histórias que mais me fascinam.
O tema principal é o capitão Ahab e sua busca obsessiva pela enorme baleia branca, Moby Dick.

Dentre os diversos aspectos fascinantes desta obra, destaco dois:
1 – Por que caçavam baleias? Em 1850, época do livro, não existia eletricidade e eram utilizadas velas e lamparinas. O óleo de espermacete, extraído de um órgão na cabeça do cachalote, era utilizado na fabricação de velas de alta qualidade. Esse óleo era altamente valorizado por sua queima limpa, brilhante e sem odor, justificando jornadas de até três anos no mar por parte dos baleeiros. Para se ter uma ideia, um único cachalote podia conter cerca de 2 toneladas de espermacete!
2 – Como eu conhecia a história só superficialmente, imaginava que Ahab era dono do barco, e por isso poderia fazer o que quisesse, inclusive caçar Moby Dick. Na realidade, não era assim. Cada navio era como se fosse uma empresa. Tinham os acionistas principais e os minoritários, que investiam dinheiro para financiar a longa jornada e repartir proporcionalmente os lucros. O capitão era, na verdade, um empregado, o CEO do navio; e os imediatos e contramestres, diretores e gerentes desta empreitada, que tinha a missão de trazer espermacete para ser comercializado. Ou seja, ao utilizar o Pequod como instrumento de vingança pessoal na caça de Moby Dick, Ahab cometeu um grave desvio de finalidade!
Além destes pontos, há diversos outros que fazem desta obra um clássico da literatura: a luta do homem contra o mar, os detalhes minuciosos da caça aos leviatãs marítimos, e as inúmeras camadas de interpretação que a obra oferece. É uma leitura imperdível para quem tem espírito aventureiro!
