Uma coisa contra intuitiva: o aprendizado ocorre melhor num ambiente com restrições.
Estou estudando Espanhol pelo Duolingo, e experimentando o modo Full – vidas infinitas, sem restrições. Antes desse, era o modo normal, custando vidas a cada erros e anúncios após as lições. No modo “invencível”, podemos nos dar ao luxo de escrever a primeira coisa que vier à cabeça e errar sem consequências, portanto, dá para fazer as lições sem nem pensar direito. Já no modo restrito, cada vida é valiosa (senão vou ter que esperar um tempão até recarregar, e assistir mais das propagandas chatas). Daí, sou obrigado a ir mais devagar, checar a lição antes de enviar, e aprender mais…

Já relatei anteriormente que ocorreu algo semelhante, em aplicativo de resumo de livros (eu usava muito na época da pandemia, em que ficamos remotos por meses):
1) Eu comprei a assinatura vitalícia do 12 min, numa promoção,
2) Passei a ter acesso a todo o conteúdo do 12 min e,
3) Paradoxalmente, eu passei a usar mais o concorrente, o Blinklist, que liberava apenas um resumo por dia.
Como o Blinklist era escasso, e o 12 min infinito, eu tendia a primeiro ir no recurso escasso (senão perderia). O recurso infinito poderia acessar quando quisesse, num “amanhã” que nunca chegava.
O aprendizado raramente ocorre em um ambiente de total liberdade.
Pelo contrário, são as restrições que moldam nosso desenvolvimento, forçam que a gente valorize de verdade cada momento, cada oportunidade.
Não raras vezes, o herdeiro que tem sinal verde em tudo na vida é ultrapassado por um “plebeu” comum, que teve que ralar muito para obter cada centímetro do seu lugar ao sol.
Utilize o paradoxo das restrições a seu favor. Agradeça pelas restrições impostas, ao invés de tentar eliminá-las!
