Otimistas e Pessimistas e a Lei de Amara

Nesses tempos de hype da AI, surgem especialistas de todos os lados: os superentusiastas que dizem que a IA vai mudar tudo, revolucionar o mundo e trazer o paraíso na Terra; e os céticos dizendo que até agora os ganhos foram pouco expressivos e ainda estamos longe de obter uma inteligência de verdade.

Entre otimistas e pessimistas, fico com a Lei de Amara.

A Lei de Amara diz que tendemos a SUPERESTIMAR o efeito de uma tecnologia no CURTO prazo e SUBESTIMAR no LONGO prazo. Ou seja, no começo achamos que algo novo vai mudar o mundo da noite para o dia, mas depois esquecemos que a verdadeira revolução acontece devagar e silenciosamente.

A Lei de Amara foi formulada por Roy Amara, um futurista e cientista da computação.

Ambos otimistas e pessimistas irão errar (e acertar). No curto prazo, a IA não vai demitir todos os devs do mundo. E, no longo prazo, vai impactar fortemente a sociedade.

Historicamente, a própria IA passou por longos ciclos de Inverno e Primavera, e não tem porque este ciclo específico ser diferente (Vide https://ideiasesquecidas.com/2020/07/13/o-inverno-e-a-primavera-da-inteligencia-artificial).

Um exemplo claro é a bolha das “Ponto Com”, que ocorreu em meados dos anos 2000. A Internet era o futuro, iria mudar tudo para sempre. Empresas voltadas à Internet (como uma certa Pets.com) foram supervalorizadas, numa bolha especulativa que parecia não ter fim. Até que teve fim… Nem todas as empresas sobreviveram, mas as vencedoras, como Amazon, Facebook e Google, realmente revolucionaram o mundo, de pouco em pouco, pelas duas décadas seguintes.

O problema é que não sabemos quem serão as Amazons, Facebooks e Googles do futuro.

Outra nota: tal lei vale para qualquer tecnologia nova. Computação Quântica, Neuromórfica, etc.

Quando os hypados migrarem para a próxima onda tecnológica e os céticos estiverem dizendo “eu avisei, lembra?”, será o momento em que realmente as transformações profundas e invisíveis ocorrem, preparando o ciclo para a próxima onda de alta.

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